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“Nossa, que mãe descolada!”. Foi o que eu ouvi de um amigo quando percebeu que eu raspei o cabelo. E essa frase, somada ao post da Mylena “Ih, fiquei careta?” me fez refletir sobre a Priscila que eu sou hoje.
Desde sempre eu achei que o melhor jeito de causar uma boa impressão nas pessoas, era correspondendo a tudo que elas esperavam que eu fosse. Quando fiz 18 anos, entrei em uma crise e cortei o cabelo bem curtinho, porque achava que não tinha mais idade para ter cabelo comprido. E quando eu entrei na faculdade de jornalismo, tirei os meus piercings, porque achei que jornalista jamais poderia ter essas “modernidades” ou um cabelo diferente, por exemplo. Sempre amei tatuagem, e embora eu tenha algumas que me façam morrer de vergonha (um dia falarei mais sobre isso, e juro de pés juntos que elas são culpa do meu pai e da minha mãe por não terem me dito não), mas nunca tinha coragem de estampar um lindo desenho no braço, porque, afinal de contas, como eu iria ser uma mulher séria com uma tatuagem no braço? E só para dar mais um exemplo do quanto eu fui uma jovem reprimida pelas minhas vontades de me expressar, quando o meu filho nasceu eu sofri a pressão da sociedade de que as mães deveriam cortar o cabelo e usar brincos pequenos.
De repente eu me dei conta que as criaturas mais sensacionais que eu conheço, são as mais desencanadas. Sempre terá alguém para reclamar do jeito que você é. Disseram que a Mylena estava meio caretinha, né? Quando eu raspei o meu cabelo, posso contar nos dedos quem aprovou. Mas o importante é que uma pessoa achou sensacional e libertador, e essa pessoa fui eu!
Depois vieram meus piercings de novo, e mais alguns novos – e junto com eles, os julgadores perguntando o que andava acontecendo comigo. Pois bem, o que anda acontecendo comigo é que eu finalmente sou eu. Assim. Eu me gosto. E depois disso, percebi que comecei a atrair mais pessoas que têm a ver comigo. E que elas não gostam menos de mim porque eu sou do jeito que eu quero.
Para concluir o raciocínio, termino o texto com o mesmo pensamento da Mylena: acredito que essa consciência de que não importa como eu sou desde que eu seja eu mesma é “uma das consequências de ter uma coleção mais volumosa de primaveras”. Tenho meus momentos de dividir o cabelo no meio, colocar uma camisa e fingir que eu sou normal e confesso que adoro essas ocasiões, mas o que eu gosto mesmo é de ser o que eu quiser quando eu quiser.
Ahh se eu tivesse esse pensamento com dez anos a menos. Teria aproveitado muito mais a minha adolescência. :D
25 de julho de 2014 - 11:19
Nossa amei esse texto, acho que estava precisando ler isso! Amei o blog vou passar por aqui sempre :)
28 de julho de 2014 - 14:08
Obrigada! :) Volte sempre!!
28 de julho de 2014 - 15:05
De nada!! :) pode deixar que volto sim!! :D:D
6 de maio de 2015 - 09:06
Texto lido no momento certo! Obrigada! Caiu como uma luva!
7 de maio de 2015 - 21:14
Camila querida! Que delícia saber isso! :)
5 de novembro de 2015 - 13:51
Adorei! Me identifiquei muito. <3
16 de novembro de 2015 - 02:36
Muito bom esse blog, primeira vez que leio seus textos, estou adorando!
2 de junho de 2016 - 14:56
Cara, eu ainda tenho dúvidas se isso faz mesmo sentido viu… Mesmo assim, valeu por compartilhar esse conteudo
17 de junho de 2016 - 16:07
<3