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Desconstruções.

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Pra mim, “desconstrução” é a palavra mais bonita da língua portuguesa, e não me venha com esse blablabla de que saudade é a mais bonita.Ela carrega – por baixo do superficial significado de processo inverso ao ato ou efeito de criar/produzir – um contexto filosófico, emocional e psicológico.

Nossas vidas são feitas por processos diários de desconstruções. Conhecemos uma pessoa e criamos, inevitavelmente, uma imagem pré-concebida de suas características pessoais, as quais ela ainda nem decidiu se vai ou não nos mostrar. Almejamos, em nossas vidas profissionais, trabalhar na empresa X ou para a pessoa Y, idealizando um emprego dos sonhos. Esperamos que a vida cumpra as expectativas que criamos sem uma base sólida,com fundamentos que podem ser até ilógicos.

Pior pra gente.

Quando nos aprofundamos em cada pessoa, lugar, sistema ou qualquer novidade que chega à nossa vida, nos deparamos invariavelmente com um certo tipo de decepção. Mas, pera. Embora a consequência da idealização de algo seja geralmente negativa, por vezes o processo não é de todo ruim. Então, decepção é uma palavra forte, não?

Desconstrução.

O ato de trocar expectativas pela realidade, seja ela melhor ou pior. Pode ser diferente, apenas. Mas envolve aceitar defeitos não imaginados, derrubar o muro intacto de pontos positivos e fantasias que foi criado. Na maior parte das vezes, a troca é automática, mas pode bem ser traumática. E as desconstruções também podem surgir depois de anos de convívio, gerando a mesma sensação.

Na verdade não tem conclusão reveladora, receita mágica ou conselho divino a ser seguido. Não há como evitar certos processos de reações humanas que nos regem – e criar expectativas é natural, quase inato, a nós. Todo esse processo acontece muito rápido. Conhecer, fantasiar, se aprofundar, entender e desconstruir. Muitas vezes a gente nem percebe. Precisamos é ter cabeça fria, base forte e apoios sólidos o suficiente para lidar com um possível desmoronamento.

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Maria Alice é Publicitária, autora do blog Escritora de Notas e leitora de A Terapia de Alice.

 

 

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2 Respostas para "Desconstruções."

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