Este título também poderia ser “um pouco mais de rádio“, ou quem sabe “somos jumpers”.
Por questões socioeconômicas/anticapitalistas, que não cabem neste texto, eu não tenho iPod. Mesmo sem esse belo artefato com design incrível, pensado para tocar músicas de maneira funcional, não estou imune a um dos males da minha geração, a Y.
Deixo no meu celular apenas as músicas que gosto de ouvir. Assim me livro das músicas chatas e que não me interessam. Faço isso com as músicas, comidas, viagens, filmes, roupas, livros, sites, pessoas… o iPod me ensina que posso ter só o que eu quiser, a hora que bem entender e que isso é o máximo!
Mas este texto não é apenas sobre o iPod, então falemos do rádio.
Já trabalhei em uma rádio e amava aquilo tudo de “brincar” com a imaginação das pessoas. Mas como ouvinte, lembro que o rádio me obriga a ouvir músicas que não gosto, de artistas que não me interessam, além, é claro, da publicidade que interrompe, sem dó, meu encontro com a música. A minha geração odeia intervalos comerciais. Os 5 segundos do YouTube são uma eternidade para nós. Somos jumpers: aprendemos a pular as partes chatas da vida.
Pula pro quarto pra não ouvir reclamação da mãe. Comercial no rádio ou na TV? Pula pro Netflix ou Popcorn Time! Pula de emprego já que esse não agrada mais. Brigas com o namorado por ciúmes? Pula pra vida de solteiro!
E de pulo em pulo, nos tornamos pessoas intolerantes ao que não nos interessa e menos receptivos ao diferente.
Voltando ao rádio. Ele me ensina que a vida é feita de partes chatas e legais, boas e ruins e que eu tenho que passar por todas. Todas. TODAS. E isso faz de mim uma pessoa mais interessante e interessada. Interessada por que estou aberto para aprender a gostar de coisas que acho que não gosto, mas na verdade, não me dei o direito de experimentar. Interessante por que quanto mais receptivo para o mundo eu sou, mais aprendo a aceitar as diferenças e a respeitar outras opiniões. Assim, moldando meu caráter, me torno um cidadão apto a viver em sociedade da melhor maneira possível.
Não há nada de errado com o iPod. Só precisamos ouvir um pouco mais de rádio, sem pular o intervalo comercial. Agora, substitua músicas por relações humanas e o rádio pela vida e voilà: você sacou que a vida às vezes é chata, mas isso é para que você se torne uma pessoa legal.
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P.S. 1 – De todo o meu coração, deixo aqui o mais sincero obrigado pelo convite para ser o primeiro “Chapeleiro Maluco” a repousar no divã de aterapiadealice.com.
P.S. 2 – Para os que querem elogiar, convidar para um brigadeiro de panela ou ainda me presentar com um iPod (risos), me encontrem em oemquepensar.com.
♪ Habits – Tove Lo.
Ei, você! Homem que lê A Terapia de Alice mas não assume. Chega disso! Fizemos uma seção especial para vocês, é essa aqui. Além de ler, também pode contribuir com os seus textos, nós estamos super afim. Só falar com a gente. Have fun, gentleman! ;)
14 de abril de 2015 - 18:52
[…] Eu não tenho iPod.. […]
15 de abril de 2015 - 00:09
Adorei!!
15 de abril de 2015 - 12:10
Obrigado Felipe! ;)
15 de abril de 2015 - 00:14
Ameeeei Dan.. Mega interessante!
15 de abril de 2015 - 12:11
Regiane, é você? rs Obrigado e beijo!!! <3
16 de abril de 2015 - 23:08
Muito Fera a idéia da ala masculina adentrar no recinto eu que já era fã do site e da fanpage creio que isso só tem a contribuir parabéns meninas
17 de abril de 2015 - 01:13
Obrigada Wendell! Continue nos acompanhando!! ;)