Tu vieste. Com calma no gesto e firmeza no caminhar. Não desviou. Tu vieste com as mais leves palavras e mais firmes atitudes. O objetivo era certo. Veio com tudo aquilo que eu jamais imaginei querer um dia. Mas eu quis. Aceitei de bom grado o que estavas disposto a me oferecer. Nem resisti.
Tu me encheste. Encheu meus dias de movimento, minhas noites de calmaria, completou até minhas palavras com carinho, que antes eram tão duras e evasivas. Foi tu que me encheu com meu toque de amor e meus olhos de esperança. E eu deixei. Transbordei-me de ti.
Mas tu também me esvaziaste. Mandou embora o preto e branco. Afugentou o medo da minha alma. Acabou com a solidão que eu sentia, viveu as turras com minha insegurança. E eu permiti, aboli tudo o que era nocivo. E vivi. Foi o destino que te enviou: Vai lá rapaz, cumpre tua missão. Só que ele não avisou que felicidade também tem prazo de validade. Só que a saudade… ah!
O teu contrato era a termo, assinado por tempo determinado. E eu tão cheia de um tudo e vazia de nada, não notei as letras miúdas na tua embalagem e nem a nota de rodapé no teu acordo com a vida.
“Válido por dois meses e dez dias, prorrogável pela eternidade das lembranças”.
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15 de janeiro de 2016 - 15:00
Uau! Tudo que eu vivi, tudo que passei… e agora apenas lembranças… texto não que perfeito.
15 de janeiro de 2016 - 15:20
Maravilhoso, amei esse texto
15 de janeiro de 2016 - 17:44
Belo texto :(