
autora do livro: @milenedamata
LIVRO A TERAPIA DE ALICE – PRIMEIRO CAPÍTULO
(mais informações sobre a compra do livro ao final do capítulo)
“O ano é 2017, dia 23 de dezembro. Amanheceu chovendo lá fora e já faz quarenta e sete minutos que eu estou olhando pra tela do celular sem saber o que fazer com a minha existência… enquanto meu dedo desliza pela timeline infinita do Instagram, reflito sobre como a minha vida está longe de ser perfeita.
Ok, eu confesso: eu sou um pouco complicada. Talvez eu possa culpar a astrologia, já que sou pisciana com ascendente em Touro – o que basicamente quer dizer que eu sou dramática, mas detesto drama, entende? Eu sou sensível e tenho algumas manias estranhas também. Sinto vontades que vêm do nada e tem dias que eu tenho saudades de sei lá o quê. Dizem que é difícil me entender e nem tenho como me defender, porque algumas vezes nem eu mesma me entendo!
Hoje, por exemplo, é um dia daqueles: acordei meio bagunçada! É, bagunçada. Não estou conseguindo me concentrar, as prioridades estão se perdendo em um emaranhado de ideias… Acabei comendo a sobremesa antes do almoço, porque, sinceramente, não estou sabendo lidar com o relógio. Hoje nada está seguindo uma ordem cronológica – a começar pelos meus pensamentos.
Sei lá, às vezes a ansiedade toma conta, outras vezes sou consumida por uma vontade de jogar tudo pro alto, ou então deixar pra lá, porque “o que tiver que ser, será…” – será? Talvez eu esteja de TPM, talvez eu só esteja cansada… não sei, só sei que hoje eu acordei meio assim, com vontade de fazer tudo e nada ao mesmo tempo. Meu cabelo insiste em não ajeitar e, pra falar bem a verdade, eu não tô muito afim de conversar.
Resolvi fazer uma faxina no meu quarto pra ver se organizando um pouco o mundo à minha volta, eu consigo colocar também os meus sentimentos no lugar… decidi começar pelas gavetas da minha cômoda, aquela onde eu guardo tudo, inclusive os sentimentos que eu (pensei que) havia esquecido. Nota mental: nunca comece pelas gavetas, existe uma grande chance de você não sair desta parte.
A última e maior gaveta estava cheia de coisas: folhas, cadernos, um pôster de Sandy e Junior já meio amassado, os meus livros favoritos e no fundo, no canto direito, uma caixa com cartas e fotografias cheias de pó (como pode ter pó dentro de uma gaveta fechada? Fica aí o questionamento…). Tive a (talvez não tão) brilhante ideia de virar a gaveta em cima da minha cama e, o que era previsto por todos (menos por mim), aconteceu: minha caixa de cartas abriu e elas voaram para todos os lados. Espirrei tão alto que tenho certeza que a vizinhança toda escutou – era a minha rinite dando um “olá!”. Cocei os olhos que já estavam lacrimejando e olhei aquela quantidade de cartas no chão com certo desespero.
Observei aqueles papéis por alguns segundos, respirei fundo e cheguei a uma conclusão: a história da minha vida poderia ser contada pelas cartas que escrevi. Algumas eu coloquei nome e endereço no destinatário, outras eu escrevi para nunca enviar. Aliás, a caixa (e agora o chão) estava cheia dessas cartas sem destino.
Sim, cartas que eu escrevi sem a intenção de enviar, só para que eu pudesse ler depois como se estivesse em um diálogo comigo mesma – é, eu disse que tenho manias estranhas. Pode parecer loucura, mas é que às vezes eu tenho a impressão de que os outros não entendem exatamente o que eu quero dizer, então assim, escrevendo só pra mim, pelo menos eu tenho certeza de que (quase) sempre eu serei compreendida.
Já me arrependi por abrir o meu coração e tentar conversar com pessoas que não estavam dispostas a me ouvir. Então aprendi a desabafar comigo mesma. Até porque eu sou muito confiável e não saio por aí espalhando os meus segredos, não é mesmo?
Então desde que me entendo por gente, é assim: tudo que eu não consigo, não posso, ou não quero dizer, preciso escrever. É uma condição pra eu continuar respirando. É o que eterniza os momentos que eu gostaria de reviver. É o que deixa os meus problemas mais leves. É o que alivia a minha alma. É a minha terapia.
No meio das cartas espalhadas pelo chão, me deparei com aquele envelope azul, no verso quatro letras: Theo.
Um filme passou pela minha cabeça em 7 segundos!
Não sei nem por onde começar… pelo início provavelmente seja uma boa opção, né? Então vamos lá, deixa eu pegar uma xícara de chá pra voltar aos anos 2000… 2001 pra ser mais exata.
Pois bem, conheci o Theo quando eu tinha 11 anos, naquela fase em que meninos e meninas têm vergonha um do outro. Ok, sei que hoje em dia aos 11 anos tem gente alterando status de relacionamento no Facebook, mas na minha época não era assim – e pela expressão “na minha época…” você já deve ter percebido que não foi ontem que esta história começou…”
*
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13 de junho de 2020 - 22:20
Melhor livro!!!
8 de agosto de 2022 - 00:56
Você vende seu livro ainda?